Ao lado de Trump, príncipe saudita defende criação de Estado palestino

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, voltou a defender a criação de um Estado palestino – só que dessa vez ao lado do presidente dos EUA Donald Trump, na Casa Branca.

“Nós queremos paz para os israelenses, queremos paz para os palestinos. Queremos que eles coexistam pacificamente na região. E nós faremos nosso melhor para alcançar esse dia”, disse Bin Salman.

O americano e o saudita tinham acabado de ser questionados por jornalistas sobre a participação saudita nos Acordos de Abraão. Esse tratado normalizou as relações entre Israel e alguns estados árabes, como o Marrocos e o Sudão.

A Casa Branca busca ampliar o número de países signatários e veem com bons olhos uma aproximação entre Riad e Tel Aviv.

Também durante a visita de Salman, Trump disse que teve um sinal positivo para uma assinatura da Arábia Saudita ao acordo – mas não especificou uma data para a assinatura.

“Acho que obtive uma resposta positiva sobre o caso”, afirmou o republicano que complementou dizendo que o diálogo sobre o tem foi muito boa .

Ao lado dele, bin Salman sorria antes de responder que gostaria de fazer parte dos acordos, mas que “queremos ter certeza que conseguiremos assegurar um caminho para a solução de dois estados.”

A visita saudita à Casa Branca

A recepção de Trump ao príncipe herdeiro foi com pompa. Cavalos, tapete vermelho e até um sobrevoo de jatos F-35 fizeram parte da recepção.

O presidente americano se referiu a bin Salman como um amigo de longa data e um homem extremamente respeitado, que faz um ótimo trabalho no tema dos direitos humanos.

Foi a primeira visita do príncipe à Casa Branca desde 2018, quando o jornalista Jamal Khashoggi foi assassinado dentro do consulado saudita na Turquia. Investigação da CIA aponta que a hipótese mais provável é que bin Salman tenha ordenado o assassinato — o que o saudita nega.

Trump contradisse as informações da inteligência americana e defendeu o saudita, acusando os jornalistas de constranger o convidado. “No que diz respeito a este senhor, ele faz um trabalho fenomenal. Você está mencionando alguém que era extremamente controverso”, afirmou o republicano.

A viúva de Jamal, Hanan Elatr Khashoggi, lamentou os comentários de Trump sobre o assassinato do jornalista.

“A justificativa dele para o crime me perturba, e como nada justifica um crime tão horrível como sequestro, tortura, assassinato e esquartejamento de um corpo só porque ele é controverso ou porque alguém não gosta dele… isso não dá a nenhum criminoso o direito de tirar a vida de uma pessoa inocente”, disse Hanan.

Durante a reunião, o presidente americano anunciou investimentos da Arábia Saudita nos Estados Unidos que ultrapassam os US$ 600 bilhões. O próprio bin Salman, na sequência, disse que o valor deve chegar a US$ 1 trilhão.

O americano também vai designar os sauditas como um “aliado importante” não pertencente à Otan (Organização do Atlântico Norte). “Tenho o prazer de anunciar que estamos elevando nossa cooperação militar a patamares ainda maiores”.

Os aliados importantes fora da Otan não têm direito a garantias de segurança específicas, como o Artigo 5 da aliança que prevê defesa mútua. No entanto, a designação altera a forma como as forças armadas dos EUA interagem com o país em questão, de acordo com o Departamento de Estado.



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