O comentarista José Eduardo Cardozo e a jornalista e ex-senadora Ana Amélia Lemos discutiram, nesta quarta-feira (25), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se a Câmara dos Deputados dá recados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao derrubar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O Senado Federal também aprovou a derrubada do decreto. Agora, a proposta precisa ser promulgada pelo presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP).
Cardozo avalia que, independente do governo, o Brasil vive um momento que tende cada vez mais a uma ingovernabilidade.
“No fundo nós temos um parlamentarismo onde o parlamento não tem ônus, só tem bônus, porque o parlamento pode dizer que não quer o IOF, mas não diz onde tem que cortar para não ter desgastes políticos”, disse.
“Isso é um problema grave porque o governo vai ter que equacionar as contas públicas, vai ter que cortar, mas a pergunta é: cortar onde? Vamos ter que cortar o Minha Casa, Minha Vida? Vamos cortar o Bolsa Família? Onde deve ser feito o corte? Isso é uma decisão muito complicada”, prosseguiu.
Para Ana Amélia, o resultado da votação expõe uma fragilidade no governo.
“O governo acreditou em milagres, estava escrito nas estrelas que esse seria o resultado. O governo com baixa popularidade, a aproximação das eleições e o governo acreditou que, liberando recursos de emendas parlamentares, haveria uma reciprocidade”, opinou.
“Uma questão indigesta para uma oposição muito organizada que não tem responsabilidade. A responsabilidade é do governo de convencer os parlamentares a votarem naquilo que é buscado para um ajuste fiscal mínimo no país neste momento”, concluiu.
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